Timidez Voraz

Por: Leidiane Marques - Eros & Psique - Publicado em: 05/12/2024

Eu sempre fui tímida, mesmo quando criança, era aquela que me escondia se alguém falasse comigo. Melhorei bastante com tempo, mas ainda havia dificuldade para me socializar e principalmente expressar meus sentimentos.

Naquele dia, teríamos uma festa na empresa, confraternização anual. Como estávamos próximo ao Natal, mulheres iam vestidas de vermelho e homens de verde.

Estava quieta no meu canto, quando Rebeca me cutucou. Beto havia chegado, e ela sabia da minha queda por ele. Mas sempre, sempre fugia quando vinha falar comigo. Ele me viu, e acenou de longe. Senti minhas bochechas corarem e dei aquele sorriso discreto. Desviei meu olhar para o chão.

— Lu, vai lá falar com ele. Você está linda, deslumbrante. E ele está caidinho por você.

— Você sabe que não tenho coragem, eu sempre travo, já cheguei a gaguejar perto dele. Eu morro de vergonha.

— Ah meu Deus, ele está vindo, ele está vindo.— Beca disse, me beliscando na lateral da cintura.— Levanta esse queixo, aja naturalmente.

Agora, além das bochechas queimando, estava com meu coração acelerado.

— Oi Beca, tudo bem? — ele disse a cumprimentando, ela respondeu gentilmente. — Lu, você está linda.

— Peço licença amigos, vou falar com a Raquel.

Beca saiu, me deixando sozinha com ele e eu quis puxar os cabelos dela.

— Não vai falar comigo? — Beto me chamou atenção e me senti ainda mais envergonhada.

— Me desculpe Beto. — disse ainda sem o olhar diretamente, e ajustando uma mexa de cabelo. — Você também está lindo.

Falei nervosa, sem saber direito o que estava dizendo. Simplesmente saiu

— Não... quer dizer. Eu...

Ele apenas sorriu e me encarou com aqueles olhos que ficavam ainda mais realçados com tom de verde da polo que usava.

— Você aceita uma bebida?

— Sim, por favor.

Precisava de uma, pra esquecer o que acabava de falar. Disse que ele era bonito e depois que não era. Me sentia um desastre. Tomei o drink o mais rápido que pude. Era uma mistura de vodka com frutas. O líquido desceu rasgando minha garganta.

— Me parece que está com sede. Deseja mais um drink?

Confirmei uma vez com a cabeça, e logo outro copo estava na minha mão.

— Seu batom. — ele levou o dedo até o canto da minha boca e limpou com aquele polegar. Dedos grossos, com toque leve e ao mesmo tempo firme.— O copo marcou aqui.

— Agora devo estar parecendo o curinga. — Falei sem jeito.

Então ele gargalhou. Sorriu muito e eu passei a rir também.

— Nem se fantasiando dele isso seria possível! E seu sorriso é lindo Lu. — quase meu sorriso se desfez e sei que fiquei com aquela cara de abobalhada.— Fica quietinha, o outro lado.

Seus dedos passaram novamente pelo canto da minha boca, fiquei alguns segundo sem respirar. A bebida quente estava aquecendo não só meu estômago, havia outras partes minhas pegando fogo.

Aquela música começou a tocar no fundo, combinando totalmente com aquele momento que passou pra mim em câmera lenta.

— Eu amo essa música. — Falei com olhos vidrados nos dele.

— Lose control? Eu me amarro no Teddy. Vem, vamos dançar.

Ele me puxou pela mão e eu não tive tempo de recusar. Estávamos agora na pista de dança, a mão dele encaixou firmemente na minha cintura eu dei um pulinho bobo com aperto. Ele pegou minha mão e levou para seu pescoço. Agradeci que estivesse tudo escuro, e ninguém pudesse ver o quanto estava vermelha. Minha maquiagem cobria sim, mas somente meu rosto. Eu sabia que meu colo estava pegando fogo naquele momento.

Começamos os primeiros passos. A mão dele tomou espaço nas minhas costas e o senti ainda mais colado em mim.

— Seu perfume, é maravilhoso. — ele disse ao meu ouvido, fazendo meu corpo arrepiar.— E você ficou muito bela de vermelho.

Ele estava flertando comigo, e eu não conseguia ter reação, enfiei meu rosto no seu ombro, queriam esconder de alguma forma.

— Na verdade, o que mais me chamou atenção foi a sua boca, ela já é perfeita, o formato dela. Mas com batom vermelho ficou extremamente... convidativa.

Ele desceu um pouco mais inspirando o meu cheiro e voltando para meu ouvido.

— Eu acho muito sexy sua timidez. Isso realmente me deixa louco de desejo para saber tudo que esconde por trás de toda sua vergonha...

Me desvencilhei dele e sai correndo dali. Não aguentava aquela provocação, meu corpo ardia, meu coração trovejava. Procurei o banheiro de cadeirante, ele era na ala contrária do tradicional e sempre estava vazio, poucas vezes alguém iria ali.

Entrei me trancando, subi meu vestido meus dedos se enfiaram por baixo da calcinha sem costura e passei a me tocar. Já estava tão molhadinha por suas palavras, minha pele pegava fogo e meus dedos tremiam. Instiguei meu ponto de prazer e passei a segurar meus gemidos ao imaginar os dedos, a boca dele ali.

— Lu? — A voz de Beto ecoou na porta junto com suas duas batidas. — Lu me desculpa. Eu não queria ser ofensivo, eu só fui mais atrevido por que a Beca... droga, sou um imbecil mesmo. Me desculpe por favor.

— Está tudo bem... — um gemido saiu da minha garganta, meus dedos continuavam firmes ali e tê-lo tão perto me dava mais tesão.

—Você... você está chorando?— não respondi, e continuei me tocando, segurando meus gemidos. — Abra por favor. Me deixa falar com você. Lu... por favor — outro gemido. — Eu não vou mais falar nada daquilo eu só não quero te deixar aqui sozinha chorando. Abra por favor...

Estão girei a chave destrancando a porta. Ele mesmo a deslizou devagar, então me viu naquela situação. Meu rosto pegava fogo, meu olhar era de pura lascívia. Sentia agora uma adrenalina estranha misturada com vergonha, mas muito, muito tesão.

— Lu.... — ele apenas trancou a porta novamente, olhei para baixo e logo vi seu volume.

Mordi meus lábios e meu coração estava batendo mais rápido que nunca, meu peito subia e descia quando ele finalmente me tocou. Retirou meus dedos da minha intimidade os sugou, sem piscar olhando em meus olhos, ele se abaixou.

Ajoelhado aos meus pés, pôs minha calcinha de lado com um puxado me tomou. Passou a me devorar, sua língua brincou com meu ponto tão durinho de prazer. Seus dedos invadiram minha buceta. Agarrei em seus cabelos e chamei por seu nome. Ele permaneceu obstinado, eu iria gozar na boca dele, boca que nunca havia beijado. Ele me sugou com afinco, seus dedos curvados faziam aquela massagem deliciosa dentro de mim. Senti meu corpo estremecer, me contorcia com meu ar faltando e me contrai em volta de seus dedos. Ele sugou mais ferozmente, delongando as ondas em meu corpo.

Eu estava no céu, não sentia mais meu corpo, vibrava em êxtase. E quando por fim meus espasmos passaram, ele subiu, tomando minha boca sem dar espaço para o fôlego. Me fez desesperadamente o agarrar, louca, ensandecida de prazer.

— Eu sabia, eu sentia que por baixo de toda a sua timidez havia uma fome voraz. E advinha? Eu estou com muita fome também, fome de você.

Beto falou e eu não pensava, as próximas palavras foram colocadas para fora, palavras que nunca imaginei dizer.

— Me come então, me come agora.

Seus lábios tomaram novamente os meus, a língua invadindo a minha boca, me tomando o fôlego. Senti seu pau rijo me pressionando, sem conter o ímpeto de toca-lo, minhas mãos trêmulas alcançaram seu cinto, e passei a desafivelar. O zíper foi aberto e senti-lo em minhas mãos me fez arfar.

Meus seios foram expostos e ele os envolveu com sua boca quente a me explorar os sugando. Minhas mãos passaram a acariciar seu pau latente, subindo e descendo, pressionando. Minhas mãos foram para seus testículos em uma carícia contínua dedilhando. Se afastou de mim apenas para colocar a camisinha e logo tornou a me beijar.

Seu pau foi posicionado na minha entrada mas o senti hesitar.

— Você está pronta?— perguntou ofegante

— Não suporto mais esperar. — respondi sem pudor algum.

Então o senti me invadir, sem pressa tomava espaço dentro de mim. Arfava em seus lábios, com a perna erguida, passei a rebolar. Queria o sentir todo dentro de mim e a cada movimento suas estocadas ganhavam ritmo intenso. Seus dedos me instigaram no meu ponto sensível. Fiquei louca de tesão a cada movimento dado, alguns mais curtinhos me fazia gemer despudoradamente, outras mais intensas me fizeram tampar a boca.

Então aquela onda pela segunda vez me invadiu. Estremeci, me contorcendo e contraindo envolta de seu membro que também pulsou se derramando. Minhas mãos caíram inertes, e ele me beijou ainda estremecendo.

— Você... não sabe o que a acabou de fazer comigo, não tem ideia de como me sinto. Sua timidez é o perigo mais doce e safado que pude um dia imaginar. É como ouro escondido, e nem sei se estou ou sou merecedor de sua entrega. Mas uma coisa não posso te negar. Seu olhar me fez apaixonar. As suas bochechas rosadas, são como brasas a me incendiar. Eu quero valorizar sua entrega, por favor tímida menina, me deixa ficar ao seu de lado e viver com sua vergonha despida.

Meu corpo falou o que minha boca era incapaz de falar. E foi aí que percebi que para me despir da vergonha, era preciso virar a chave e deixar o desejo da loucura entrar. Loucura de paixão, loucura de tesão, loucura de amar.

Leidiane

LEIDIANE MARQUES
Escritora e Terapeuta Sexual